Uma revelação na floresta: o poder da educação ambiental imersiva
Ela não estava vestida à altura do passeio! Uma bela jovem de etnia zulu entrou na minha caminhonete: seu vestido sereia e saltos altos não eram propriamente o traje apropriado para explorar a Floresta Ferncliffe onde A Rocha África do Sul tem, há uma década, um projeto de reabilitação florestal. Quando entramos na floresta, eu coloquei o meu veículo em tração 4⨯4 e comecei a navegar pelas picadas lamacentas que serviam como estrada. Tentei conversar com a minha passageira, mas logo percebi que ela estava hipnotizada pela beleza dos penhascos cobertos de névoa e distantes copas das árvores, e por isso deixei-a absorver a beleza em silêncio. Finalmente, chegamos ao nosso destino, e o nosso pequeno grupo começou a explorar a floresta que havíamos plantado. Os sapatos de salto alto da minha nova amiga afundaram-se na lama e seu vestido ficou preso na vegetação molhada, mas ela continuou caminhando: esta foi uma experiência maravilhosa para ela.
Chegou a hora de nossa partida e ela voltou para o veículo, molhada, desgrenhada, mas radiante – e muito mais conversadora. Ela falou que era uma estudante do segundo ano de gestão ambiental na universidade local. «A maioria dos outros estudantes que fazem meu curso só o fazem para obter os créditos necessários», disse ela. «Eles não estão realmente interessados no assunto, mas eu estou gostando.»
Ela conta um pouco sobre sua história, como ela cresceu nas favelas e foi para a escola na cidade. Eu falo um pouco sobre o projeto e como a zona de floresta nativa que ela havia acabado de atravessar foi completamente feita pelo homem, plantada por A Rocha numa terra que já foi uma plantação de madeira exótica. Ela tem imensas perguntas e eu consigo ajudá-la a entender a importância do projeto em termos de conservação da biodiversidade e ação climática. Por esta altura, já tínhamos saído da floresta e estávamos a voltar para a cidade quando ela me diz calmamente algo que me pôs em silêncio.
Ela falou que esta curta visita à floresta foi apenas a segunda vez em sua vida que ela esteve na natureza. Toda a sua experiência de vida foi de vida urbana, exceto por este breve encontro com uma floresta na periferia da cidade, e uma excursão de campo que a sua classe fez uma vez quando ela estava na escola básica (fundamental).
A melhor educação é um encontro visceral com o conhecimento que deixa o aluno transformado. O Salmo 19:1 diz: «Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.» O mundo natural tem muito a nos ensinar. Se pudermos tirar as pessoas dos seus contextos habituais e aguçar seus sentidos para a beleza do que Deus fez, as questões de mudança climática, perda de biodiversidade e poluição passarão do abstrato para uma realidade vivida, do acadêmico para o pessoal. A minha nova amiga voltou aos seus estudos com um novo entendimento, e nosso encontro aprofundou o meu também.
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Imagem pequena: Fern, por Nick Wood (CC BY-NC-SA)